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Lago Titicaca: Turismo Vivencial – Dia 02
Após uma noite bem dormida na ilha Amantani no Lago Titicaca, às 7h da manhã Margarida já estava nos chamando para tomar o “desayuno” (café da manhã), a última refeição na casa da família que nos acolheu tão bem.
Antes de ir embora, resolvi caminhar um pouco pelos arredores da casa: ver as plantações, a criação de porcos e ovelhas, ver os jardins, ver o Lago, me despedir de Amantani.
Já no Porto, hora de seguir viagem. Afinal, “navegar é preciso” – já dizia Fernando Pessoa, e a Ilha Taquile estava nos aguardando!
Após um bom tempo navegando pelo Lago Titicaca, chegamos na última ilha a ser visitada nessa jornada: Taquile. Chegando nessa Ilha, fomos recebidos pelo Prefeito de lá, que orienta na organização dos grupos que chegam à Ilha. Logo de cara Taquile já se mostra uma ilha interessante devido às cores vibrantes das vestimentas dos homens.
Para chegar até a o povoado, que fica no topo da Ilha, é preciso seguir uma trilha que, pra mim, levou cerca de 1 hora – não tanto pela subida, mas sim por causa das paradas para admirar a paisagem que é belíssima. Se não fosse pela conversa dos turistas, se escutaria apenas o vento e o canto dos pássaros (parece algo bucólico e talvez até exagerado, mas é muito real!).
Chegando no povoado, há uma grande praça central, digna de filme antigo, que possui uma bela vista do Lago Titicaca, onde ficamos aguardando para o almoço.
[CURIOSIDADES E TRADIÇÕES]
Nesse tempo o guia explicou algumas das tradições da Ilha, como por exemplo, a importância da tecelagem e seus significados sociais. Desde bem pequenas, as crianças taquileñas aprendem a tecer.
Quando atinge determinada idade, a menina precisa tecer algo bem complexo e, se for bem sucedida nessa tarefa, ela é aceita na sociedade como alguém responsável e adulta. Mas, caso seja mal sucedida, ela ainda não está pronta.
Os homens nessa ilha também tecem – e tecem muito bem! Quando o rapaz está disposto a formar uma família, ele começa a tecer um gorro. Porém, o noivado só ocorre após a moça conferir se o gorro está bem feito e para isso, ela pega o gorro e o enche de água: se a água vazar do gorro muito rápido, é porque o rapaz ainda não está pronto para iniciar uma família.
Ou seja, o trabalho e a dedicação atribuída a ele é o que determina, na sociedade taquileña, se uma pessoa é responsável para assumir outros compromissos ou não.
Outra curiosidade é que na cultura taquileña não é aceito a poligamia. Até aí, nada inusitado. Porém, se alguém for descoberto praticando poligamia, o prefeito de Taquile convoca toda a comunidade para a praça principal e a pessoa tem que dizer em alto e bom som que estava mantendo um relacionamento fora do casamento. Esse ato é visto como vergonhoso pela comunidade e, assim, eles acreditam que as pessoas pensarão duas vezes antes de cometer algo “errado”.
Após essas e muitas outras informações sobre Taquile, a família que estava responsável por nos oferecer o almoço fez uma apresentação de como são feitos os tecidos e também como é feito o detergente/shampoo que eles usam a partir de uma planta – totalmente orgânico e totalmente eficiente!
Ao contrário de Amantani, em Taquile a pesca é uma prática. E a truta do Lago Titicaca é de dar água na boca! O almoço servido pela família não deixa reclamações, somente elogios – tanto para a comida quanto para a cordialidade.
Após desfrutar o almoço com a vista do Lago, é hora de descer mais de 500 degraus para chegar ao Porto. E no caminho, há um arco icônico da Ilha que é de frente para o Lago, ou seja, não existe a possibilidade de fotos ruins nesse ponto.
A jornada pelo Lago Titicaca está acabando e a parada final é em Puno. Chegamos em terra firma por volta das 14h30min e assim que o traslado me deixou no hotel, já me deu saudade do Lago, da simpatia de seus moradores e da experiência inesquecível que eu tive.
Puno me surpreendeu e pode surpreender você também. Conheça o PACOTE LAGO TITICACA VIVENCIAL da Machu Picchu Brasil e descubra as belezas do Lago Titicaca o lago navegável mais alto do mundo, no Peru.
Impressões gerais sobre o passeio por Michelle Lemes
Texto : por Michelle Lemes – Google+